O contrato de prestação de serviço é um documento essencial tanto para trabalhadores quanto para trabalhadores, pois estabelece as condições de trabalho, os direitos e deveres das partes envolvidas. Ao elaborar esse tipo de contrato, é fundamental que todas as cláusulas permitidas sejam incluídas de forma clara e objetiva para evitar problemas futuros. Além disso, é importante conhecer os cuidados que empregador e empregado devem ter para não sofrer prejuízos. Neste artigo, exploraremos as cláusulas essenciais de um contrato de prestação de serviço, detalhando os cuidados a serem tomados e os riscos envolvidos, sempre à luz da legislação trabalhista brasileira.
O que é um contrato de prestação de serviço?
O contrato de prestação de serviço é um acordo formalizado entre um prestador de serviços (empregado) e um contratante (empregador). Ele estabelece as condições do trabalho a ser executado, incluindo obrigações, prazos, remunerações e outras disposições. Ao contrário do contrato de trabalho, o contrato de prestação de serviço não cria vínculo empregatício, ou seja, não há subordinação direta, pessoalidade, habitualidade e onerosidade.
Cláusulas essenciais de um contrato de prestação de serviço
- Identificação das partes: A primeira cláusula deverá conter a identificação completa do empregador (nome, CNPJ, endereço) e do empresário (nome, CPF, endereço). Essa cláusula é fundamental para que o contrato tenha validade legal.
- Objeto do contrato: Nesta cláusula, deve ser descrito de forma clara e precisa o serviço a ser prestado. Especificar as tarefas e responsabilidades do empresário é crucial para evitar ambiguidades que possam gerar conflitos no futuro.
- Prazos e condições de execução do serviço: Aqui, é importante definir o tempo de duração do contrato e, se aplicável, as condições para renovação ou término do contrato. Deve-se estabelecer a data de início e término da prestação do serviço, e, se for o caso, a possibilidade de rescisão antecipada.
- Valor e forma de pagamento: Esta cláusula trata do valor que será pago ao empregado pelos serviços prestados e pelas condições de pagamento. Deve-se especificar o valor total acordado, se houver parcelamento, prazos e forma de pagamento (depósito bancário, cheque, etc.).
- Responsabilidades e obrigações das partes: É fundamental detalhar as obrigações do prestador de serviços e do contratante. Para o funcionário, pode incluir prestação de contas, entrega de relatórios ou cumprimento de metas. Para o empregador, pode envolver a garantia de pagamento e a observância das condições acordadas.
- Direitos trabalhistas e benefícios: Embora o contrato de prestação de serviço não configure vínculo empregatício, é importante esclarecer quais direitos serão garantidos ao empregado, como férias, 13º salário e contribuição para a previdência, conforme a legislação aplicável. Esse item é particularmente relevante se o prestador de serviços de um funcionário registrado sob o regime CLT.
- Multas e deliberações: estabelecer as deliberações em caso de descumprimento das obrigações contratuais é uma cláusula importante para proteger ambas as partes. Pode-se incluir multas por inadimplência, atraso ou não cumprimento das condições acordadas.
- Rescisão contratual: A cláusula de rescisão deve especificar as condições para a rescisão do contrato, tanto por parte do empregador quanto do empregado. Deve incluir prazos, formas de aviso prévio e as consequências de uma rescisão sem justificativa ou sem o aviso devido.
- Confidencialidade e propriedade intelectual: Caso o prestador de serviços tenha acesso a informações necessárias ou realize trabalhos que envolvam propriedade intelectual, essa cláusula se faz necessária para proteger a empresa e os direitos de propriedade sobre os materiais ou ideias criadas durante o período de trabalho.
- Foro para resolução de disputas: Essa cláusula especifica o foro (tribunal) que será responsável pela resolução de eventuais disputas judiciais entre as partes. Normalmente, opte pelo foro da localidade do empregador, mas é possível acordar um foro diferente.
Cuidados para o empregador e empregado
- Empregador:
- Verifique a legalidade do contrato: É importante que o empregador revise todos os termos do contrato com um advogado especializado em direito trabalhista para garantir que ele esteja em conformidade com a legislação vigente e evite possíveis litígios.
- Cuidado com o vínculo empregatício: Caso o contrato de prestação de serviço seja mal elaborado, há o risco de caracterizar um vínculo empregatício disfarçado. -se de que as condições do contrato não envolvem subordinação direta, continuidade de serviços e pessoalidade, pois isso pode gerar a necessidade de pagamento de direitos trabalhistas como férias, FGTS, e 13º salário.
- Documente tudo: Guarde todos os documentos, e-mails e registros de pagamentos, pois podem ser necessários em caso de disputas.
- Empregado:
- Entenda suas responsabilidades: Antes de assinar o contrato, é essencial que o empresário compreenda todas as suas obrigações e deveres. Caso haja alguma dúvida sobre as condições de trabalho, é aconselhável buscar orientação jurídica.
- Verifique os direitos trabalhistas: Em alguns casos, mesmo sem vínculo empregatício, o empregado pode ter direito a certos benefícios. -se de que o contrato está claro em relação a esses aspectos.
- Evite o “famoso contrato por fora”: Certifique-se de que todas as condições acordadas sejam formalizadas por escrito. Não aceito contratos verbais, pois eles dificultam a comprovação de seus direitos.
Prejuízos de um contrato mal elaborado
Tanto o empregador quanto o empregado podem sofrer prejuízos devido a um contrato mal redigido ou desatento à legislação trabalhista. Os principais riscos incluem:
- Para o empregador: Pagamento de multas, contribuições trabalhistas retroativas e reconhecimento do vínculo empregatício, o que gera obrigações adicionais, como o pagamento de direitos como FGTS, férias e 13º salário.
- Para o empresário: Perda de benefícios trabalhistas e dificuldades em caso de rescisão ou não pagamento pelos serviços prestados. O empresário também pode ser prejudicado caso o contrato não garanta os direitos mínimos previstos pela lei.
Conclusão:
Elaborar um contrato de prestação de serviço claro, completo e em conformidade com a legislação trabalhista é essencial para evitar problemas futuros, tanto para os funcionários quanto para os trabalhadores. Conhecer as cláusulas obrigatórias e os cuidados que ambas as partes devem ter pode proteger os direitos de todos e prevenir prejuízos. Se houver dúvidas sobre a elaboração ou necessidade de ajustes no contrato, é sempre aconselhável consultar um advogado especializado em direito trabalhista.

Advogado – OAB/RS: 133.081
(51) 99136-5777
Alessandro Gonçalves é Advogado, mestre, pós-graduado em Direito Empresarial, especializado em direito do trabalho, e perito ergonomia do trabalho. Ao longo de 20 anos, Alessandro contratou mais de 2 mil empregados e geriu contratos de alta complexidade na área de terceirização de mão de obra para o governo.
Atualmente coordena uma competente equipe de advogados em seu escritório, com foco total em apoiar os trabalhadores e trabalhadoras na busca de seus direitos trabalhistas.
Comprometido com o processo, Gonçalves e sua equipe estão preparados para te ajudar em qualquer fase de sua relação de trabalho mesmo depois que ela já foi extinta.